Você já reparou na expressão Clean Label?
Atualmente, não há definição oficial, por legislação, do termo Clean Label ou “Rótulo Limpo”. Assim como, não há regras ou pré-requisitos para apresentar essa alegação na rotulagem nutricional do produto.
Estamos recebendo cada vez mais produtos que utilizam esse claim na embalagem. Porém, os ingredientes contidos nesses alimentos variam bastante, e nem todos possuem composição que vai ao encontro do que consideramos clean label no Desrotulando.
Então, o que é um alimento Clean Label para o Desrotulando?
De forma geral, é aquele composto por ingredientes que conseguimos reconhecer. E aí é que mora o detalhe: não há dúvida de que o alimento composto apenas por ingredientes in natura seja clean label. Mas, e aquele que possui ingredientes que não se reconhece facilmente? Tratamos deles da seguinte forma no aplicativo:
Se possui ingredientes compostos não especificados, o produto não é Clean Label para nós!
Acreditamos que um "rótulo limpo" precisa ser transparente quanto à composição do produto. Sendo assim, apesar da legislação permitir que, em alguns casos, a sua composição não seja declarada no rótulo, consideramos que seja necessário abrir a lista de ingredientes dos ingredientes compostos para que se possa avaliar se o produto é clean label.
Se possui aditivos alimentares na sua composição, o produto pode ser Clean Label para nós! Mas, vai depender de uma análise mais profunda conforme sua função no produto.
Apesar de esperarmos que os ingredientes que compõem um produto clean label sejam fáceis de reconhecer pelo consumidor, entendemos que, em alguns casos, aditivos podem fazer parte destes produtos. Para exemplificarmos:
Acidulantes em conservas vegetais: são necessários para garantir a segurança do alimento. Sua presença controla a produção da toxina botulínica, a qual pode causar paralisia da musculatura respiratória, por meio da inibição da germinação de esporos e da multiplicação do Clostridium botulinum.
Pectina em geleias de frutas: é necessária para garantir a textura de gel, característica essencial desse alimento. Conforme o tipo de fruta, a quantidade presente dessa fibra solúvel é baixa sendo necessário adicioná-la para garantir o resultado tecnológico desejado.
Por outro lado, alguns alimentos só possuem determinadas características sensoriais devido ao saborizante e ao corante presentes em sua composição. Na prática, vemos muitos produtos “sabor morango” sem a presença da fruta. Nesses casos, o uso desses aditivos dão a sensação da fruta sem tê-la na composição, o que não consideramos Clean Label.
Por fim, separamos o excesso de nutrientes críticos (açúcar, sódio e gordura saturada) do termo Clean Label. É possível que um produto apresente rotulagem frontal de “alto teor” e, ainda sim, ser Clean Label: pastas de amendoim ou cacaus em pó contendo a lupa de alto teor de gordura saturada e um único ingrediente em suas composições são ótimos exemplos.
A ausência de uma definição oficial e de regras claras para o uso do termo Clean Label destaca a necessidade de uma legislação específica que regule essa expressão na rotulagem. Isso não apenas evitaria confusões para os consumidores, mas também garantiria a aplicação correta do conceito, beneficiando tanto os consumidores quanto a indústria alimentícia.